A teoria dos graus

Ao alemão G. Weber se deve o tratado de composição referencial do período romântico, Versuch einer geordneten Theorie der Tonsetzkunst, de 1817. Ele foi o primeiro que ligou o Baixo Fundamental com a sobreposição de terças das tríades e tétrades sobre cada grau das escalas maiores e menores. Os graus foram indicados com os algarismos romanos, em maiúsculo para as tríades maiores e em minúsculo para as tríades menores. Uma indicação particular indicava a tríade diminuta.

A distinção entre maiúsculo e minúsculo foi sucessivamente esquecida, passando a se indicar tudo com maiúsculo. A Teoria dos Graus põe a atenção nos graus da escala e apresenta duas vantagens, em comparação à Teoria do Baixo Contínuo:

1) A descrição harmônica é independente do movimento do baixo. Esse é reconduzido aos sons fundamentais.

2) A descrição harmônica é sempre válida sem que se precise notar um determinado som no baixo. As cifras dos graus são confrontáveis com os números algébricos.

Foi uma idéia de E.F. Richter a de combinar a numeração romana da Teoria dos Graus com os algarismos arábicos do Baixo Contínuo, em seu Lehrbuch der Harmonie, de 1853.

Dentro da linha da Teoria dos Graus, em 1853-54, Simon Sechter escreve o Die Grundsätze Der Musikalischen Komposition. A grande contribuição de Sechter foi a de ter traçado um “modelo ideal” de progressão harmônica, cujas fundamentais estão ligadas por quintas descendentes:

I-IV-VII-III-VI-II-V-I

“O quanto mais próximo à Tônica conclusiva acontece um salto na progressão, mais ele será decisivo. […] O salto V-I é maximamente decisivo; o II-V um pouco menos; o VI-II menos ainda, assim como ainda menos o III-VI […]”.

etc.. até chegar ao salto IV-VII, que é o mais fraco de todos. O peso, a “importância” de um salto fundamental e dos graus que ele liga, dependeria da sua vizinhança com a tônica, medida por quintas. A crítica principal que foi movida à Teoria dos Graus organizada por Sechter, foi a de que o movimento IV-I sempre foi, historicamente, muito presente na literatura, constituindo um salto (ou cadência) forte; ele parece ser um salto muito mais forte do movimento IV-VII ou VII-III.

Outro problema apresentado pela Teoria dos Graus é que ela não faz distinção entre a “importância” das tríades maiores, menores, diminutas. Será necessário esperar a Teoria Funcional para que se coloquem como tríades principais somente a maior e a menor.

A Teoria dos Graus atribui a maior importância à escala, em cima da qual está fundamentada a tonalidade. A progressão de quintas [I-IV-VII-III-VI-II-V-I] que passa por todos os graus da escala, constitui o paradigma para a completa realização da tonalidade.

A simbologia de Richter, que junta algarismos romanos e arábicos, foi a adotada por Schöenber e Schenker, que nunca acolheram a terminologia Funcionalista proposta por Hugo Riemann.

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