Podemos dizer que desde a época Barroca, a cultura ocidental fundamenta a música tonal nas mesmas “regras”, brevemente resumidas em alguns pontos chave:
– A centralidade de uma tônica;
– A existência de três funções tonais (tônica, dominante e subdominante) que se sucedem criando uma alternância entre movimento e equilíbrio, entre tensão e resolução;
– Clichês harmônicos por quintas descendentes relacionados à sequência IV-VII-III-VI-II-V-I ou partes dela.
– O trítono surge como “o dono do pedaço”.
Vejamos a seguir uma pequena análise harmônica do Prelúdio n.2 de J.S. Bach, do “Cravo bem temperado” – Vol. 2, observando o encadeamento de seus acordes:
Observamos agora a harmonia de uma composição jazzística do pianista Bill Evans intitulada “We will meet again”. Nesse vídeo tento utilizar o estilo do compositor ao harmonizar suas melodias ao piano.
Vejamos mais uma composição de J.S. Bach, do primeiro livro do “Cravo Bem Temperado”, observando a similaridade com a harmonia utilizada por Bill Evans:
Esses pequenos exemplos despertam a seguinte consideração: desde o século XVII utilizamos as mesmas regras tonais para nossa música.
Encadeamentos harmônicos como II-V-I, I-VI-II-V ou o uso de dominantes secundárias, acordes diminutos e outros recursos do sistema tonal são os mesmos, desde o século XVII até os nossos dias.
Nessa primeira parte do estudo vimos o que ficou igual ao longo desse período.
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